O ato de conhecer é, em si, uma responsabilidade social, profissional e pública de um programa ou uma instituição. A veracidade, a honestidade e a transparência fazem parte do rol de princípios éticos que permitem dar relevo à autoavaliação (Leite, 2018, s/p).
“A autoavaliação é um processo avaliativo conceituado e autogerido pela comunidade acadêmica. A comunidade tem a titularidade da avaliação. Envolve a participação de distintos atores da academia ou externos a ela (docentes, discentes, egressos, técnicos e outros), nos níveis hierárquicos diversos, dos estratégicos aos mais operacionais. Como reporta a literatura, os resultados da autoavaliação são melhor apropriados quando são frutos do trabalho participativo”. (Leite, 2018, s/p).
No Programa de Estudos Pós-graduados em Política Social – UFF, a autoavaliação já era realizada antes mesmo de se tornar exigência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio de seminários específicos e como processo contínuo, de reflexão e debates.
O Programa de Estudos Pós-graduados em Política Social possui uma comissão de autoavaliação, com participação do/a coordenador/a do Programa, que tem impulsionado debates, produzido documentos e organizado o seu seminário de autoavaliação.
O Seminário de autoavaliação do PPG em Política Social, de forma geral, objetiva realizar um encontro específico para a autoavaliação, apreendendo-a de forma articulada ao contexto social e político no qual se efetiva. Tais aspectos, mediados por reflexões relativas à sociabilidade capitalista no segundo vicênio do século XXI e os seus impactos na ciência, na educação superior, na pós-graduação strictu sensu e na produção do conhecimento, tem-nos permitido construir a avaliação sob uma perspectiva crítica. Ademais, tais análises são aprofundadas por meio do estudo de documentos e dados específicos do Programa no quadriênio em avaliação, bem como, os seus pontos fortes e fracos.
Desta forma, no Programa de Estudos Pós-graduados em Política Social, a autoavaliação tem sido, historicamente, um mecanismo para o seu fortalecimento e para o fortalecimento da Área de Serviço Social, ultrapassando uma lógica de controle e auditagem.
Quanto à articulação da autoavaliação com o planejamento, no PPG em Política Social, eles são processos simultâneos. No mesmo Seminário de autoavaliação, a partir dos resultados e debates, são feitas as proposições para o planejamento. Nosso planejamento foca em objetivos decorrentes da avaliação das necessidades, ajustadas às possibilidades efetivas do Programa. Assim como com a autoavaliação, o planejamento, para ser factível, deve estar circunscrito aos recursos e ao campo de ação do Programa.
Referência:
LEITE, Denise. (Org). Avaliação participativa e qualidade. Os atores locais em foco. Porto Alegre, Ed. Sulina, Ed. IpaMetodista, 2009.